God Of War é um ótimo exemplo da diferença entre Sony e Microsoft

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O site Kotaku fez um texto semelhante sobre essas diferenças, mas o Windows Club quis dar a sua versão nas palavras a seguir. Quase um ano atrás, Phil Spencer, do Xbox, comentou na mídia sobre o futuro do Xbox. O problema: o modelo de negócios para desenvolvimento de jogos estava mudando. As aventuras singleplayer e baseadas puramente nas histórias não estão sendo tão importante no quesito do retorno financeiro. Vale lembrar da campanha da Bethesda para salvar os jogos desse tipo e quando uma ex-funcionária da Naughty Dog afirmou que muitos não compram tais jogos, pois “zeram” pelo Youtube.

Em parte, é para isso que o Xbox Game Pass foi projetado para ajudar. Com uma oferta de assinatura, os usuários não precisariam pagar antecipadamente por um título. Por sua vez, a Microsoft poderia financiar melhor não apenas o próximo Forza ou Sea of Thieves, mas a próxima grande história do singleplayer.

Faz sentido, especialmente porque não é algo novo ou que não estamos acostumados. A HBO e a Netflix fazem isso há anos; Spencer mencionou especificamente querer criar um “Netflix para jogos“. Mas desenvolver jogos leva um certo tempo. E um ano após o lançamento do Xbox Game Pass, o grande modelo de assinatura ainda está cheio de indies menores, remakes e o blockbuster aclamados: Rise of the Tomb Raider, lançado no Xbox One há três anos; Sea of Thieves; alguns jogos do Halo; o ReCore, Gears of War 4 e tantos outros.

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Por outro lado, há a Sony. Eles ainda estão percorrendo um caminho muito tradicional, fazendo apostas em novo hardware (PSVR) e continuando a financiar experiência para jogadores solitários. Jogos que não possuem microtransações ou focam em vendas de DLCs ao longo do tempo.

De uma perspectiva de negócios, a posição da Sony parece incrivelmente arriscada.

O reboot como God of War sempre foi um risco enorme, dado a trajetória da série. Kratos era um personagem difícil de se gostar: a solução para todos os seus problemas muitas vezes eram cria mais problemas. Além disso, os quicktime não são amados por todos. God of War 3 foi um exemplo raro de bons QTEs – mas não é um modelo que os jogadores teriam apreciado em 2018.

E você pode imaginar como a internet teria reagido hoje aos ângulos travados da câmera? Então, muita coisa teve que ser jogada fora. O resultado final, foi um jogo que acabou sendo um pouco de tudo: parte Last of Us, parte Dark Souls esquivando-se, parte de Witcher. A mistura de ideias funciona, mesmo que muitas delas provenham de outras franquias.

As notas foram espetaculares, e até a Microsoft parabenizou a Santa Mônica e a própria Sony. Apesar das polêmicas, claro, basta ler abaixo “os contras” e depois ver a nota atribuída ao título.

Deixando as polêmicas de lado, a Sony não tem medo de financiar uma parte cada vez menos rentável dos jogos. Detroit chega no próximo mês. O novo Homem-Aranha parece fantástico até agora. Mas já se passaram cinco anos após o lançamento da geração atual, e nós já vimos muitos jogos singleplayer da Microsoft também como Halo 5, Gears of Wars 4, Quantum Break, ReCore, Sunset Overdrive, Ori and The Blind Forest e Ryser Son of Rome. A nossa memória não pode ser curta, e julgar todo o trabalho da Microsoft apenas pelos lançamentos deste mês de abril.

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State of Decay 2 e Sea of Thieves não são baratos, mas também há mais liberdade. Eles podem ter uma menor base de jogadores e estarem bem financeiramente, não apenas graças as DLCs (State of Decay 2) ou microtransões (Sea of Thieves), mas porque há uma plataforma para os jogadores construírem seu próprio conteúdo, entretendo-se fora dos caprichos do desenvolvedor. A liberdade, a criação da sua própria história e as jogatinas online com os amigos não foram esquecidas pela Microsoft, afinal, com a Xbox Live em mãos, seria estranho se a Microsoft não focasse nisso.

Parte do problema, é claro, é que a Microsoft vem se reinventando desde 2013. O sucesso gera sucesso: quando você tem mais dinheiro para jogar, você tem mais espaço para apostar em coisas que podem não dar certo.

E é fácil esquecer quantos estúdios a Sony realmente possui em mão como a Guerilla Games, Polyphony Digital, Naughty Dog, Santa Monica, San Diego, Sucker Punch, seu estúdio do PSVR na Inglaterra,Media Molecule (também no Reino Unido), seu estúdio no Japão e Bend (de Days Gone).

A Microsoft tem  Mojang, Rare, 343 e seus esforços em Halo, The Coalition e a franquia Gears. E depois há a Turn 10 e os jogos Forza. Não é nem perto de um campo de jogo nivelado. A Microsoft precisa ampliar ou adquirir novos estúdios realmente, já que pode não ser uma boa ideia ficar dependente de estúdios terceirizados.

Então, quando você vê comentários sobre a falta de exclusividades no Xbox em comparação com o PS4, isso será verdade a depender do ponto de vista: o Xbox não pode ter mais exclusividade do que o PS4 criados pelos próprios estúdios da Microsoft. Simplesmente não há desenvolvedores suficientes, a não ser que a Microsoft terceirize via acordos como os famosos Cuphead ou PUBG.

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Isso não é um problema enorme, porque ninguém tem tempo suficiente no dia para jogar todos os jogos novos. E a estratégia da Microsoft parece muito mais inteligente. Um dono de Xbox pode só ter que gastar o valor de dois jogos jogo por ano, pagando apenas R$ 29,00 por mês para ter acesso a qualquer outra coisa que queira jogar. Sejam títulos inéditos ou clássicos.

Mas o que importa para muitos jogadores na hora de comprar um  console são um ou dois jogos que fazem você parar e dizer: “Merda, eu preciso jogar isso”.

A Microsoft tem focado em trazer muitos serviços, unir consoles e PCs, trazer de volta jogos antigos sem custo adicional e melhorados para a nossa realidade atual, oferecer ainda mais de 100 jogos por um preço competitivo e disponibilizar o console mais poderoso dessa geração. Em God Of War, por exemplo, no PS4 Pro, o jogo tem poucas diferenças da versão para PS4 normal, não atinge os 4k nativos (mesmo que a propaganda tente te induzir a isso) e nem os 60 FPS estáveis. Os exclusivos da Microsoft oferecem a maior experiência técnica no momento.

Claro, a Microsoft precisa ter seu “God of War”, para mostrar do que o Xbox One X é capaz. Existe uma pressão forte para que a marca lance jogos single com experiências formidáveis, e isso é uma boa notícia pois é algo deve ser o foco do Xbox agora.

De tempos em tempos, muitas pessoas compram consoles por exclusivos, apesar dos multiplataformas serem os mais jogados. E enquanto a estratégia da Microsoft faz todo o sentido, os consoles nem sempre são uma compra sensata. Muitas vezes é emocional, impulsiva, impulsionada pela necessidade de seguir um herói. Um personagem que você quer acreditar. Uma jornada. Logo, ter histórias marcantes é fundamental para o sucesso do console da Redmond e da Sony. Atualmente, a depender do gosto de cada um, existem vantagens e desvantagens para ambas acima relatadas. Nenhuma é perfeita, em nível de satisfação dos consumidores, a Microsoft parece estar ainda em vantagem por conta da busca de jogos, serviços e harwared mais diversificados para os seus clientes.

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